O que quer dizer o velho ditado: "Todos
os caminhos levam a Roma."? Essa expressão faz sentido porque os romanos
construíram uma rede de estradas de um lado a outro de seu território, como uma
teia de aranha. Mas esse ditado vai muito além. Quando se diz que todos os caminhos
levam a Roma, não está se fazendo referência somente a esses caminhos que
transitam carroças e cavalos, mas também ao nascimento de muitas ideias
fundamentais para a civilização ocidental. O Império romano foi tão influente,
não só em sua época, mas em tudo o que a civilização ocidental fez desde então,
que se acreditava que tudo o que foi dito, tudo o que foi feito e tudo o que
foi pensado nos séculos posteriores, tem alguma relação com os romanos. O
império romano foi um dos mais importantes da história.
RÔMULO E REMO
Roma nasceu às margens do rio Tibre, por volta
de 750 a.C. Naquela época havia várias cidades gregas que tinham se
estabelecido na costa da península itálica. Entretanto Roma que até então era
tão pequena quanto um recém-nascido, começou a crescer imitando o modelo dessas
prósperas cidades gregas. A influência
das cidades gregas era forte sobre os romanos. Reza a lenda que os gêmeos
Rômulo e Remo um dia iriam crescer e governar o reino. Então, para evitar isso,
o ambicioso rei Amúlio, tio dos gêmeos, decidiu abandoná-los num cesto à beira
do rio Tibre. Eles foram encontrados por uma loba chamada Lupa que descobriu os
dois meninos recém-nascidos e os amamentou como se fossem seus próprios
filhotes para mantê-los vivos. Quando Rômulo e Remo cresceram, quiseram fundar
uma cidade. Mas tentando definir os limites da cidade, os irmãos brigaram e
Remo morreu. Foi assim que Rômulo proclamou-se rei e fundou a cidade a que
chamou Roma, como seu próprio nome.
ORDEM DAS COLUNAS
Toscana: trata-se de uma simplificação de
mesmas proporções do dórico. Dispõe de base e apresenta sete módulos de altura,
o fuste é liso, sem caneluras, e o capitel simples.
Compósita: considerada uma versão tardia do
coríntio. Trata-se de um estilo misto em que se inserem no capitel as volutas
do jônico e as folhas de acanto do coríntio. A coluna tem dez módulos de
altura.
A REPÚBLICA
Em seus primórdios, Roma era governada por
reis. E quando um rei morria, a elite se reunia para eleger um sucessor. Isso
quer dizer que, em Roma, o poder sempre esteve nas mãos da elite e essas
pessoas eram os patrícios. Os patrícios eram os cidadãos que pertenciam às
famílias mais antigas da cidade. Um grupo de patrícios, geralmente os mais
sábios e experientes, formavam um conselho que limitava o poder supremo do rei.
Esse conselho era conhecido como senado. O senado romano foi ganhando poder e
prestígio, até que em 510 a.C., um rei particularmente mau foi deposto e o
senado proclamou que nunca mais Roma teria um rei. Esse foi o início da
República romana, a primeira república da história. A república romana
funcionava bem, mas às vezes havia problemas. Os patrícios que tinham muito
dinheiro, terras e poder, muitas vezes entravam em choque com os plebeus,
geralmente mais numerosos e mais pobres, ou seja, todos os que não eram
patrícios. Os plebeus começaram a clamar por melhores condições, mais alimentos
e novas terras. Assim o senado decidiu que, se Roma estava crescendo, seria
necessário obter mais riquezas e mais terras. Por isso, formaram um exército
forte para expandir seu território. Como Roma e a riqueza cresciam, a cidade se
tornava mais difícil de governar. Então, um general muito bem sucedido se
destacou dentre os demais: Júlio César. Ele foi um general muito popular porque
havia ganhado muitas batalhas. Sua vida e seus feitos em Roma o tornaram um dos
personagens mais famosos da história. Ele deu início à época mais gloriosa de
Roma: O Império Romano.
IMPÉRIO ROMANO
Quando Júlio César assumiu o controle da cidade,
passou a ser adorado pelo povo. Ele estava a caminho de ser o novo governante
de Roma. Mas os senadores não gostaram nada dessa ideia porque não estariam
mais no comando. Então, organizaram uma conspiração e esfaquearam Júlio César
até à morte nas escadarias em frente ao senado. Sua morte gerou um caos em Roma
até que finalmente Otaviano, filho adotivo de Júlio César, converteu-se no
primeiro imperador romano: César Augusto.
César Augusto assumiu o comando, deu fim a um século de guerras civis e
inaugurou em Roma uma era de paz, prosperidade e grandeza imperial. Os Romanos
nunca se conformaram com o território que tinham, sempre queriam mais e mais.
Essa ambição só foi alcançada graças à formação do exército mais poderoso do
mundo. Muitas de suas estratégias foram baseadas em exemplos de Alexandre, o
Grande, o conquistador da Macedônia. Os soldados romanos foram organizados em
unidades chamadas falanges, que treinaram a famosa formação
"tartaruga", que os protegia de escudos por todos os lados, como um
casco de tartaruga impenetrável. Além disso, atrás das legiões, vinham as
atiradeiras capazes de disparar gigantes lanças de madeira, e também as
catapultas que podiam arremessar pedras pesadas ou enormes bolas de fogo. Nos
primeiros tempos do império, os romanos conquistaram vastos territórios. E os
romanos continuaram conquistando e anexando territórios ao império durante
séculos.
GLADIADORES e PÃO E CIRCO
Roma havia conquistado muitos territórios e
era extremamente rica, mas ainda assim as tensões entre os patrícios e plebeus
eram constantes. Então os imperadores procuraram uma maneira de entreter o
povo, por isso realizavam espetáculos no circo romano e no Coliseu. O povo
romano adorava se reunir para ver corrida de bigas, batalhas navais e combates
entre gladiadores. Touros, leões e rinocerontes ora enfrentavam-se, ora
dividiam a arena com algum gladiador. Mas quem eram esses homens que arriscavam
as suas vidas com o único objetivo de entreter o povo? Geralmente eram
prisioneiros de guerra ou infratores que haviam se tornado escravos. No fim da
luta quando um gladiador ferido caía, o imperador perguntava ao público se ele
merecia viver ou ser executado. Os gladiadores vitoriosos em muitos combates
tornavam-se heróis do povo, tinham fama e dinheiro e se fossem realmente bons
eram libertados da escravidão e viviam de glória e riqueza para o resto da
vida.
A FAMÍLIA
O núcleo da sociedade romana era a família. As
famílias ricas, ou seja, os patrícios eram descendentes dos primeiros
habitantes da cidade. O Pater Familias, ou seja, o pai da família era a
autoridade máxima para os assuntos familiares. Por exemplo, ele tinha que dar
permissão para o casamento de seus familiares e quando brigavam ele agia como juiz.
Tudo e todos da casa dependiam dele, não só os filhos e parentes, mas também
quem vivesse sob sua autoridade inclusive criados e escravos. É claro que era
melhor respeitar e obedecer ao Pater Familias, pois ele tinha tanto poder que a
lei o autorizada a dispor da vida, vender como escravo ou matar qualquer membro
da família.
BANHOS PÚBLICOS
Os banhos públicos eram muito importantes para
os romanos que utilizavam engenhosos sistemas de caldeiras para aquecer a água.
Essa água era trazida ao centro da cidade por meio de um gigantesco sistema de
aquedutos que iam até as nascentes e lagos.
AS NORMAS
A lei era algo muito séria em Roma porque quem
a violasse poderia perder todos os seus bens ou a vida. Mas como saber o que
era permitido se as leis mudavam o tempo todo segundo os caprichos dos
patrícios? A solução foi simples: os plebeus exigiram que se estabelecesse um
código no qual todas as leis e suas respectivas modificações estivessem
registradas. Esse código de leis ficou conhecido como Direito Romano. Hoje,
quase todos os países do mundo tomam o direito romano como base para promulgar
uma lei. Havia leis para quase tudo em Roma. Os romanos também compreenderam
que uma língua comum era necessária para se gerenciar um império com populações
tão diferentes. Foi assim que o latim ganhou força. O latim era usado
inicialmente na península itálica e depois em todo o império romano. Todos os
lugares conquistados por Roma acabaram usando o latim. Nessas novas terras os povos usavam outras
línguas e foram chamados de bárbaros pelos romanos. Os romanos pensaram que
seria mais fácil para o império se todos falassem a mesma língua. Bem ou mal, a
verdade é que o latim substituiu muitas línguas locais. Devido à grande
extensão do império, muitas línguas baseadas no latim foram se formando. Há
várias semelhanças entre palavras de línguas diferentes.
O FIM DO IMPÉRIO
À medida que o império romano se expandia além
de seus limites, muitos povos foram sendo conquistados e incorporados. Com o
passar dos séculos, esses se cansaram de estar sob o domínio romano. Ao final
do século terceiro d.C., foi preciso dividir o império romano em duas partes,
mas ao invés de facilitar as coisas, essa divisão causou várias guerras civis,
envenenamentos e uma série de imperadores que não conseguiram mais manter o
equilíbrio. Durante a época de César Augusto, no começo do império, numa
província romana pobre e distante chamada Palestina, nasceu Jesus de Nazaré.
Pouco a pouco suas ideias foram recebendo apoio, então os soberbos romanos
viram em Jesus um poderoso inimigo. Após séculos de perseguições e mortes, o
cristianismo acabou se tornando a principal religião do império romano.
Finalmente, manter o império se tornou insustentável. E, em 446 d.C., o império
romano do ocidente caiu nas mãos dos povos germânicos. A outra metade, o
império bizantino, manteve-se até 1453 quando foi tomado pelos turcos. Mesmo
com o império romano tendo terminado, sua influência persiste até hoje. O latim
é a língua-mãe de muitas línguas modernas. O direito romano é a base das leis
de quase todo o mundo e suas instituições serviram de modelo para muitos
Estados modernos. Ainda hoje, tão distante de seu antigo esplendor, Roma
continua sendo a cidade para onde todos os caminhos levam. Na mesma época, em
Bizâncio florescia a Nova Roma. Constantino transferiu o Senado para esta
cidade e mandou erguer construções maravilhosas como basílicas enormes e um
incrível estádio para corrida de cavalos. Ele também acabou com a perseguição
contra os cristãos e, nos anos seguintes, o cristianismo se tornou a religião
oficial do império romano.
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