A civilização grega foi uma das mais
brilhantes da antiguidade e deixou muitas coisas que fazem parte do nosso
dia-a-dia. Mas ela não começou do nada, aproveitou muitas coisas que já
existiam em outras culturas. Tudo começou em uma ilha, a ilha de Creta. Creta é
a maior ilha da região entre a Ásia e a Europa, junto com outras ilhas como a
Cíclades. Creta era habitava por um povo de comerciantes: os Egeus ou pelasgos.
Pelasgos quer dizer "homens do mar". Claro, eles eram navegadores e o
comércio marítimo a sua grande atividade. Azeite de oliva, vinho, trigo, frutas
cítricas eram os principais produtos das ilhas. Eles também fundiam bronze e
fabricavam objetos de cerâmica. A vida dos egeus era moderna e as mulheres eram
emancipadas. Participavam da política, dos esportes, e a figura principal dos
rituais religiosos, coisa difícil de ver nas antigas civilizações. Aliás, até
deus era mulher. Os cretenses adoravam a deusa-mãe e eles eram mesmo muito
diferentes. As desigualdades sociais eram muito pequenas, eram cultos e
pacíficos. Tinham escrita, os afrescos, as estátuas de terracota, ouro e
mármore mostram que eles também eram grandes artistas. A civilização cretense
foi uma das mais livres e progressistas do Oriente próximo. Eles eram o que a
gente poderia chamar de modernos. Parte da sua herança chegou até nós. A
flauta, um instrumento que parece moderno, mas é antigo, foi inventada pelos
cretenses. Eles gostavam tanto da dança e da música que inventaram a flauta e a
cítara. Eles eram governados por um rei, conhecido pelo nome de Minos, por isso
essa civilização também é chamada de Minóica. O rei morava no palácio de
Knossos, o centro político dessa civilização. O palácio de Knossos é prova do
amor pelas artes e do desenvolvimento desta civilização. Era todo decorado com
afrescos, tinha encanamentos e banheiros. Além dessas comodidades, o palácio
tinha uma planta muito complexa, como um labirinto, o que ajudou a criar o mito
do minotauro. O minotauro era metade touro metade homem. Segundo a lenda, ele
vivia dentro do labirinto e recebia jovens em sacrifício, até que foi morto
pelo herói Teseu. O minotauro era na verdade adorado pelos cretenses. Quem
inventou a lenda de que ele recebia jovens em sacrifício e que foi morto por
Teseu foram os gregos. Os gregos inventaram essa lenda porque o grego Teseu ter
matado o minotauro é uma história que representa o fim do poder dos cretenses e
o começo do poder dos gregos. Em 3000 a.C., enquanto nos vales do Nilo, e do
Tigre e Eufrates, desenvolvem-se civilizações como as do Egito e Mesopotâmia, os
Egeus começam a florescer. Criam um grande império comercial e marítimo cujo
centro é Creta e que se estende pelas ilhas do mar Egeu e pela costa, em
Micenas, Tirinto e Tróia. Em 1500 a.C, outro povo, os Aqueus, invadem Micenas e
Tirinto, assimilam parte da cultura dos Egeus e avançam sobre Creta. Foi um
período conhecido como: cultura creto-micênica. Em 1200 a.C. o império cretense
desaparece. Os aqueus eram uma tribo de Ários e uma das explicações para o
desaparecimento da civilização cretense é o avanço das tribos árias. Saindo do
Cáucaso, os ários acabaram por se dividir. Um grupo, o dos Germânicos, foi para
o norte e centro da Europa. Outro o dos Italiotas ocupou a Península Itálica. O
terceiro grupo foi para o sul: eram os Helenos. Os Helenos acreditavam serem
todos descendentes de um mesmo antepassado: Helen. Hoje quando nós falamos
Helenos, nós estamos falando dos gregos antigos. Mas eles chegaram aos poucos
até a Grécia e cada grupo de Helenos se instalou em um lugar diferente. Os
Eólis se fixaram na Etólia, no norte da Hélade; os jônios se fixaram na Ática;
os dórios, na Macedônia, e os aqueus se fixaram no Peloponeso. Nessa região já
tinha gente que tinha vindo de Creta: os Aqueus, que dominaram essa região,
inclusive as cidades de Micenas e Tirinto. E os aqueus mudaram muita coisa por
lá. As cidades se tornaram verdadeiras fortalezas. Os aqueus eram guerreiros,
comerciantes e governados por um rei; dominaram os outros helenos e
aproveitaram muito da cultura dos cretenses, criando o que ficou conhecido
como: cultura creto-micênica. Além disso, os aqueus acabaram conquistando a
ilha de Creta, mas essa não foi a sua conquista mais famosa. Os aqueus
lideraram os outros helenos, quer dizer, os gregos, numa guerra duríssima
contra uma cidade que tinha sido parte da expansão de Creta e que era
estratégica para o comércio: a cidade de Tróia. Em 1200 a.C. o império cretense
acaba. Os aqueus dominam Micenas e Tirinto e partem para a guerra de Tróia.
Tróia foi totalmente destruída pelos gregos, mas Micenas, que liderou os gregos
na guerra, não pode cantar vitória por muito tempo, pois chegavam os dórios. Os
dórios aproveitaram para avançar no Peloponeso quando os outros Helenos estavam
enfraquecidos pela guerra de Tróia. Arrasaram Micenas, Tirinto e Creta. Esse avanço
dos dóricos é o começo do período da história grega chamado de heroico. Eles
tinham uma coisa que os outros não tinham: armas de ferro. Os aqueus se
transformaram em escravos dos Dórios. Dos outros helenos, quem pode fugiu pras
ilhas do mar egeu e para a Ásia Menor. Essas cidades eram autônomas, quer
dizer, independentes, mas falavam a mesma língua e tinham os mesmo costumes da
Grécia continental, por exemplo, a religião. Os gregos acreditavam que os
deuses moravam num monte sagrado: o Olimpo. No Olimpo, os deuses eram
presididos por Zeus e sua mulher Era. Os homens sempre queriam saber o que os
deuses queriam, para isso consultavam os oráculos, templos onde as sacerdotisas
recebiam as mensagens dos deuses. As histórias dos deuses e dos heróis gregos chegaram
até nós através dos poetas.
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