Quando pensamos no Egito, três imagens nos vêm à cabeça:
as pirâmides, o deserto, e o impressionante rio chamado Nilo. Muitas populações
se instalaram às margens desse rio. Os povos nômades começaram a se fixar e a
construir casas ao redor do Nilo, nascendo assim o antigo Egito. Os egípcios
aprenderam a cultivar a terra rica e fértil. Havia muita comida, o que
significa que ao invés de ir à busca de comida, o povo egípcio poderia ficar em
um só lugar, plantando todos os alimentos que precisavam. O povo egípcio usava
as cheias do rio Nilo em seu benefício de forma muito inteligente. Eles
inventaram um sistema de irrigação que fazia crescer ainda mais a plantação. O
Nilo trouxe aos egípcios outro benefício: o comércio. Os alimentos e outros
bens produzidos pelos egípcios eram transportados em barcos e vendidos ao longo
do rio. Assim, o Nilo tornou-se importante via para o transporte de mercadorias
e pessoas, facilitou as negociações e fez dos egípcios um povo muito rico. Com
a abundância de riqueza, de alimentos, e com a facilidade de comércio a
civilização egípcia começou a crescer. Tudo graças ao Rio Nilo. O antigo Egito
ficava numa localização privilegiada. De um lado, um deserto imenso os protegia
de um ataque do Sul. E do outro lado, o rio Nilo fornecia alimentos e permitia
o comércio e o contato com outras aldeias. Manter a unidade do Egito foi
difícil para os governantes já que havia muitos inimigos que queriam invadir as
suas terras e roubar as riquezas. Os faraós governaram o Egito por mais de 3
mil anos. Imagina tudo que aconteceu desde o início do calendário cristão até
agora. E os egípcios ainda governaram por mais mil anos. É muito tempo.
PIRÂMIDE SOCIAL
Os egípcios organizaram sua vida social como uma grande
pirâmide. Diferentes grupos de pessoas tinham importância diferenciada. No topo
da pirâmide social ficava o Faraó. Os faraós governavam o Egito. Todas as
riquezas do império lhes pertenciam e eles eram adorados como deuses. Mas a
vida do Faraó não era simples. Sua obrigação era manter a ordem, controlar a
economia, as leis da natureza, as cheias do Nilo, as estações do ano, o
movimento dos planetas... Era muito trabalho pra uma pessoa só. Depois dos
faraós os mais importantes eram os sacerdotes. Sua atividade era servir aos
deuses, fazer oferendas e rituais em cada um dos templos egípcios. Depois dos
sacerdotes vinham os escribas cuja habilidade era saber escrever. Embora hoje
em dia a gente aprenda a escrever na escola, no antigo Egito apenas os
privilegiados podiam aprender e isso lhes deu muito poder. No Egito eles
escreviam sinais sagrados chamados hieróglifos. Hieróglifos eram desenhos que
representavam sons, como o nosso alfabeto, mas era mais difícil de escrever.
Embora houvesse mais de 700 símbolos diferentes, a escrita era regida por
princípios claros e simples. O quarto lugar da pirâmide era ocupado pelo
exército. Os soldados eram encarregados de proteger o império egípcio. O Egito
era tão rico que muitos povos quiseram conquistá-lo e tomar suas riquezas.
Depois de tantas batalhas o exército egípcio aperfeiçoou suas técnicas e se
tornou muito poderoso. E assim o exército egípcio partiu para a conquista de
outros territórios a leste e ao sul. Poderíamos pensar que depois de tantos
combates em tempos pacíficos o exército descansava, mas no antigo Egito sempre
havia alguma coisa para fazer. Os militares quando não estavam em combate
dedicavam-se a tarefas como escavar canais de irrigação, ou transportar blocos
de pedras para construção de grandes pirâmides. Finalmente, na base da
pirâmide, estavam os comerciantes e os artesãos. Abaixo deles, os camponeses. E
por último, bem lá no fundo mesmo, os escravos e sustentavam toda a pirâmide
social.
OBRAS COLOSSAIS
Então agora vamos falar das pirâmides, o mais famoso
símbolo do Egito antigo. As pirâmides ainda hoje guardam muitos mistérios e
questões sem resposta. Mesmo os engenheiros modernos têm dificuldades para
entender como elas foram construídas. Os faraós egípcios acreditavam que
construindo monumentos colossais mostrariam sua grandeza ao longo dos tempos.
Cada faraó construía monumentos fantásticos para os deuses ou para si mesmos..
A pirâmide de Quéops, a maior das pirâmides, demorou mais de 23 anos de
trabalho constante para ser construída. As pirâmides eram grandes túmulos
construídos para os faraós e cheios de objetos valiosos. Isso porque os
egípcios pensavam que após a morte encontrariam o deus Ozires então podiam
levar qualquer coisa do mundo material. Assim, muitos faraós decidiram estar
bem preparados para esse encontro. Levavam sempre muitos tesouros com eles
porque quanto mais oferecessem a Ozires mais receberiam na vida após a morte.
ARTE
A arte do Egito antigo tem características muito
particulares, diferentes de qualquer outra cultura no mundo. Os antigos
egípcios produziram trabalhos que são estimados até hoje. Esses artistas possuíam
um modo particular de representar a vida. Não era a beleza que importava, mas a
perfeição do detalhe. A arte egípcia é conhecida por sempre ter seus
personagens em pé e de lado. Os antigos egípcios tinham regras específicas para
a representação de diferentes partes do corpo, por exemplo, as cabeças humanas
podem ser facilmente observadas e reproduzidas de perfil, então os egípcios
sempre as pintavam desta maneira, mas os olhos estavam bem representados, como
se o personagem estivesse de frente. Essa forma de representar as figuras
humanas através de diferentes ângulos dava-lhes uma aparência achatada e
retorcida. Quanto mais importante era uma pessoa na sociedade egípcia, maior
ela era representada pela arte, então por isso o Faraó era maior.
CIÊNCIA
Os antigos egípcios foram grandes astrônomos e
cientistas, na verdade, eles criaram o calendário de 365 dias e cada dia dividido
em 24h. Esse é o mesmo calendário que usamos hoje para saber que dia da semana
estamos. Dentre todos os cientistas do império egípcio, um ganhou destaque e é
conhecido ainda hoje: Imhotep - o sábio. Imhotep foi fundador da medicina
egípcia, bem como o sacerdote supremo e vizir do Faraó Djoser para quem
desenhou a primeira pirâmide. Assim, tornou-se o primeiro arquiteto da
história. No Egito os médicos eram muito queridos e respeitados. Eles usavam
uma forma inicial de papel, chamado papiro para escrever anotações médicas e
diagramas. Essas anotações reunidas como um livro foram transmitidas de geração
em geração. Algumas existem até hoje. Graças a esses papiros, sabemos que os
egípcios tinham médicos especialistas que tratavam da pele, dos ossos, dos dentes
e do coração, assim como nós temos hoje. Os antigos egípcios também conheciam
muito bem o corpo humano e utilizavam centenas de fórmulas para fabricar
medicamentos para tratar de qualquer tipo de doença. Para os pacientes muito
doentes os egípcios tinham muitos instrumentos para realizar cirurgias. Os
médicos cuidavam dos doentes, mas também cuidavam dos mortos, afinal inventaram
as mumificações, muito importantes na cultura egípcia. Diversos estudos sobre o
Egito antigo ainda são realizados com essas múmias: a egiptologia.
O FIM DO IMPÉRIO
EGÍPCIO
Assim como diz o ditado: “Juntos venceremos, divididos
cairemos", com o passar dos séculos, o poder dos Faraós começou a diminuir
por causa de várias disputas internas. Como resultado, os egípcios foram sendo
dominados por poderosos impérios vizinhos. Primeiro pelos persas, depois pelos
macedônios e em seguida pelos romanos. Cleópatra foi a última Faraó do Egito
antigo. Dizem que nenhum homem poderia resistir à sua beleza extraordinária que
se tornou lendária. Marco Antônio era um poderoso general romano que ficou
fascinado por Cleópatra. Ela acreditava que o amor deles traria de volta o
esplendor do Egito. Marco Antônio e Cleópatra estavam em guerra contra o
imperador romano Otaviano, mas eles perderam a batalha, deixando o que restava
do Egito nas mãos de Otaviano e do império romano. Apesar dos milhares de anos
que se passaram, a influência da civilização egípcia ainda permanece viva entre
nós e seus monumentos colossais nos fazem lembrar de sua grandeza e majestade.
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