quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O MUNDO DO PERSONAGEM




















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segunda-feira, 16 de junho de 2014


RESENHA - GRÉCIA ANTIGA

     A beleza é... linda! Mas o que é beleza? O que é que atrai o nosso olhar para algo que é belo? Esse foi uma pergunta na qual os gregos antigos dedicaram muito tempo, estudo e trabalho. Os antigos gregos acreditavam que uma vez que os seres humanos são os únicos seres vivos capazes de apreciar a beleza e os únicos capazes de criá-la, então a beleza pode ser encontrada dentro de nós e criada por nós. Além da habilidade de criar beleza, os seres humanos também podiam criar virtudes. A virtude é uma capacidade especificamente humana e consiste em querer alcançar a perfeição em cada aspecto da vida. Ou seja, os seres humanos deviam cultivar a beleza e a virtude e essa era uma ideia muito profunda. Aliás, se há uma coisa que os antigos gregos fizeram bem foi desenvolver grandes ideias. De fato, muitos dos princípios da sociedade moderna e o modo como o mundo é visto e pensado hoje foram influenciados por essas pessoas que viveram no mar Egeu há 2600 anos.

A ILÍADA E A ODISSEIA
Existem duas histórias muito importantes que contêm essência do espírito grego. A Ilíada e a Odisseia, de Homero. Assim como hoje alguns filmes e livros são muito populares, na Grécia antiga essas foram uma das histórias que todos contavam. Eram histórias épicas, com antigos guerreiros que usavam armaduras reluzentes e capacetes de bronze decorados com crinas de cavalo. Eles lutavam bravamente uns contra os outros pelo amor de uma bela dama. A Ilíada narra a história de uma famosa guerra: A Guerra de Tróia. Ela durou dez anos e começou com um concurso de beleza. Acontece que Páris, príncipe de Tróia, foi nomeado um dos jurados para eleger a mais bela das deusas. Afrodite, que era a deusa do amor, estava muito ansiosa para vencer, e prometeu a Páris que, se ela ganhasse, iria dar a ele o amor da mulher mais bela do mundo. Como Afrodite ganhou, Páris se sentiu no direito de raptar Helena, a mais bela mulher da época. Mas o problema é que Helena era esposa de Menelau, um poderoso rei grego. Menelau ficou enfurecido e contou tudo a seu irmão, o poderosíssimo rei Agamenon, que ficou ainda mais irritado. Agamenon declarou guerra a Páris e aos troianos. Nessa guerra, heróis como Aquiles e Heitor tornaram-se figuras lendárias. Eles lutaram bravamente pela honra de seu povo e pela proteção de seus amigos. Outro herói que ficou famoso por conta da guerra de Tróia foi Ulisses. Ele era muito esperto e utilizava sua inteligência de uma forma muito especial. Foi ele que criou um incrível plano para vencer os troianos. Ulisses simulou uma retirada e deixou um enorme cavalo de madeira como presente junto às muralhas de Tróia. Então, os ingênuos troianos o levaram para dentro da cidade e quando caiu a noite, os soldados gregos escondidos, saíram de dentro do cavalo e tomaram Tróia de surpresa. Assim terminou a guerra, tudo graças à esse artifício inteligente de Ulisses que deu a vitória aos gregos. Esta é a história da Ilíada e de como terminou a guerra de Tróia. Nossa próxima história é a Odisseia. Esse livro narra as aventuras de Ulisses, que demorou dez anos para poder voltar à sua terra natal. Ulisses viveu aventuras incríveis, lutou contra monstros marinhos, sereias sedutoras, gigantes de um olho só, bruxas malvadas e muitas outras peripécias. Quem escreveu essas duas histórias, que são a base de toda a literatura ocidental: Homero, um poeta cego. Infelizmente ainda sabemos muito pouco sobre esse misterioso trovador, mas ele ainda continua influenciando nossa forma de contar histórias há milhares de anos.

ATENAS
O reino da Grécia antiga não era tão organizado como o país é hoje. Na verdade, a cultura grega foi a soma de muitas cidades individuais e de um grande número de povos independentes. Não houve uma cidade capital, onde toda a riqueza e poder estivessem concentrados como houve no Egito e na Pérsia naquele momento. Cada cidade, a pólis, tinha seu próprio governo. Mas todas tinham acordado que faziam parte de um mesmo grupo, que chamamos de Grécia Clássica. Havia milhares de pólis espalhadas por toda a costa do mar mediterrâneo. Mas realmente quem quisesse estar na crista da onda do século V a.C. sem dúvida deveria dar uma volta por Atenas. Atenas foi uma das cidades mais importantes e hoje é um símbolo da cultura grega. A Acrópole era o lugar onde se construíam os edifícios mais importantes, como o imponente Partenon, um dos templos mais admiráveis da Grécia Clássica, destinado a honrar a deusa Palas Atena, protetora de Atenas e cujas virtudes eram a inteligência e a sabedoria. Esse monumento foi construído como parte de um grande projeto de Péricles, o maior governador que Atenas já teve. Péricles pensou que a melhor maneira de honrar a deusa Palas Atena, era fazer de Atenas o lugar ideal para os filósofos, os artistas e os cientistas da época morarem e trabalharem. Sócrates, Platão e
Aristóteles viveram em Atenas, três grandes filósofos que ainda são considerados como um dos mais inteligentes do mundo. Atenas foi o primeiro lugar do Universo onde se começou a desenhar uma ideia de Democracia, que significa: governo do povo. A ideia dos atenienses era criar um governo do qual todos os cidadãos livres participassem das decisões e pudessem debater seus resultados. Logo, se cada pessoa é capaz de gerar virtudes, então qualquer pessoa teria todas as habilidades necessárias para governar, não é mesmo? Na verdade, hoje todos os cidadãos participam das decisões através do voto e isso é o que chamamos de democracia.

ESPARTA
Na península do Peloponeso viviam os espartanos, um povo temido, que dedicava a sua vida à arte da guerra e cuja maior virtude era a valentia. Se nós fôssemos espartanos, nossa preparação para a guerra começaria muito cedo. Para começar, por lei os espartanos deviam ser fortes e saudáveis.  Em outras palavras, se alguma criança nascesse com algum problema físico seria jogada de uma montanha e deixada à mercê de animais selvagens. Mas se tivesse a sorte de nascer sadia, começava muito jovem na escola de combate. A participação no exército começava aos 20 e ia até os 60 anos. Durante as guerras médias, de 480 a.C., um imenso exército do Império Persa liderado pelo rei Xerxes quis invadir as cidades gregas. Apenas 300 espartanos, liderados pelo rei Leônidas, enfrentaram milhares de soldados persas. Apesar da esmagadora desvantagem, os 300 valentes espartanos conseguiram conter o avanço dos inimigos e assim houve tempo para que os outros gregos organizassem a resistência. Nenhum dos espartanos sobreviveu a esse combate, mas eles alcançaram o seu objetivo e os persas foram finalmente derrotados.

ARTE
Fazer coisas bonitas era algo que os gregos fizeram de melhor, isso é porque adoravam a beleza, então queriam se rodear de coisas belas. Por isso os antigos gregos tornaram-se artesãos magníficos e construtores que criaram obras fantásticas que admiramos até hoje. Os antigos gregos foram os melhores artistas que o mundo já viu. A arte da Grécia antiga é conhecida como arte clássica. Essa forma de expressar a beleza tem sido tomada como fonte de inspiração para muitas culturas ao longo da história. Primeiro, os romanos e mais tarde os artistas do Renascimento. Sabe Leonardo da Vinci? Ele pintou a Monalisa. Mesmo os pintores modernos têm olhado para os gregos e os tem como fonte de inspiração. As famosas esculturas gregas não retratam ninguém em particular, mas são o reflexo do ideal de beleza humana na época. As estátuas são tão belas, tão bem feitas, que apenas um pequeno grupo de escultores ao longo da história e mesmo nos dias de hoje, foi capaz de reproduzir a qualidade técnica dos gregos.

OS JOGOS OLÍMPICOS
As Olimpíadas eram uma grande celebração que reunia representantes de todas as cidades gregas e enquanto esse evento se realizava as guerras ficavam proibidas. As Olimpíadas eram tão importantes que interrompiam qualquer tipo de conflito dos povos gregos durante os jogos. Para um homem não havia melhor forma de impressionar uma mulher do que ganhar uma prova já que ela dominava todas as virtudes físicas e morais. Claro que poderíamos pensar que quem ganhava essa árdua competição receberia um troféu e muito dinheiro, como os atletas de hoje. Mas não era bem assim. O vencedor recebia uma coroa de louros. Os gregos antigos não estavam no esporte pelo dinheiro, mas o que interessava a eles era a glória e nada melhor para eles do que receber a coroa de louros. Essa coroa era o presente dos deuses do Olimpo.

OS DEUSES DO OLIMPO
Os gregos tinham deuses e deusas para quase tudo na vida. A guerra, o amor, a família, e a sabedoria, entre outros. Mas havia um deus que governava todos os outros deuses: Zeus. Havia doze deuses principais e todos moravam juntos em um palácio enorme em cima do monte Olimpo, um lugar tão alto, tão íngreme, que nenhum mortal conseguia escalar. O palácio do Olimpo tinha todos os luxos que podemos imaginar: muitos quartos, um zoológico para os animais sagrados, salas de arpas, cozinhas e salas de jantar. Mas o lugar mais importante era o imponente salão onde todos os deuses se reuniam para debater os problemas dos homens, como por exemplo: "Quem nós vamos premiar hoje?" ou "Quem nós vamos castigar hoje?". Os deuses gregos eram muito parecidos com os humanos: sentiam ódio e inveja, sentiam dor em guerras e combates, e principalmente, apaixonavam-se e traziam ao mundo muitos filhos que se tornavam deuses ou semideuses. Mas havia características que diferenciavam deuses dos humanos: os deuses eram imortais, tinham muitos poderes e, além disso, podiam controlar com as próprias mãos o destino de cada ser humano na terra.

FILOSOFIA
Os gregos adoravam pensar sobre o mundo que os rodeava. Matemática, amor, natureza... eles fizeram perguntas sobre tudo. Assim nasceu a filosofia. A filosofia é uma maneira de estudar e descobrir o mundo fazendo perguntas e utilizando a razão e a lógica para encontrar respostas. Na Grécia antiga viveram muitos homens sábios que fizeram perguntas que tinham respostas muito difíceis, por exemplo: "Do que todas as coisas são feitas? Tudo no Universo é composto por apenas quatro elementos: terra, água, ar e o fogo." Através dessas discussões os gregos formulavam ideias que a ciência só conseguiu provar milhares de anos depois. "Eu acho que toda a matéria é composta por partículas muito pequenas, tão pequenas que não podem ser divididas. Eu vou chamá-las de átomos." Os antigos filósofos gregos debateram sobre muitos temas, o que muitas vezes provocavam inúmeras discussões entre pessoas que pensavam de formas diferentes. Suas contribuições provocaram um impacto enorme na maneira como vemos o mundo hoje: o foco na tentativa de se responder a uma pergunta de uma maneira lógica e comprovada foi a base para o método científico e, portanto, a base para se estabelecer o modo como encaramos a ciência hoje.

ALEXANDRE, O GRANDE

Havia um homem na Grécia que, desde muito jovem, teve o maior sonho que alguém poderia ter. Esse jovem chamado Alexandre era o filho do rei Felipe II, rei da Macedônia. Alexandre decidiu partir para uma longa viagem com um objetivo ambicioso: se tornar o maior conquistador de todos os tempos e governar o mundo. A viagem de Alexandre começou na Macedônia, no ano de 334 a.C. Aos 20 anos esse jovem guerreiro formou um exército que era treinado com técnicas avançadas para a época. Foi assim que alcançou façanhas incríveis. O império de Alexandre uniu o mundo Ocidental e Oriental e assim difundiu a cultura grega. Quando Alexandre, o grande, criou seu império e centralizou o poder, ele se contrapôs à um dos princípios fundamentais do espírito grego. Assim, muitas cidades que antes eram independentes, passaram a ser governadas por um único homem. Com a morte precoce de Alexandre, que não deixou herdeiros, chegava ao fim a época da Grécia Clássica. 




RESENHA - CRETA

     A civilização grega foi uma das mais brilhantes da antiguidade e deixou muitas coisas que fazem parte do nosso dia-a-dia. Mas ela não começou do nada, aproveitou muitas coisas que já existiam em outras culturas. Tudo começou em uma ilha, a ilha de Creta. Creta é a maior ilha da região entre a Ásia e a Europa, junto com outras ilhas como a Cíclades. Creta era habitava por um povo de comerciantes: os Egeus ou pelasgos. Pelasgos quer dizer "homens do mar". Claro, eles eram navegadores e o comércio marítimo a sua grande atividade. Azeite de oliva, vinho, trigo, frutas cítricas eram os principais produtos das ilhas. Eles também fundiam bronze e fabricavam objetos de cerâmica. A vida dos egeus era moderna e as mulheres eram emancipadas. Participavam da política, dos esportes, e a figura principal dos rituais religiosos, coisa difícil de ver nas antigas civilizações. Aliás, até deus era mulher. Os cretenses adoravam a deusa-mãe e eles eram mesmo muito diferentes. As desigualdades sociais eram muito pequenas, eram cultos e pacíficos. Tinham escrita, os afrescos, as estátuas de terracota, ouro e mármore mostram que eles também eram grandes artistas. A civilização cretense foi uma das mais livres e progressistas do Oriente próximo. Eles eram o que a gente poderia chamar de modernos. Parte da sua herança chegou até nós. A flauta, um instrumento que parece moderno, mas é antigo, foi inventada pelos cretenses. Eles gostavam tanto da dança e da música que inventaram a flauta e a cítara. Eles eram governados por um rei, conhecido pelo nome de Minos, por isso essa civilização também é chamada de Minóica. O rei morava no palácio de Knossos, o centro político dessa civilização. O palácio de Knossos é prova do amor pelas artes e do desenvolvimento desta civilização. Era todo decorado com afrescos, tinha encanamentos e banheiros. Além dessas comodidades, o palácio tinha uma planta muito complexa, como um labirinto, o que ajudou a criar o mito do minotauro. O minotauro era metade touro metade homem. Segundo a lenda, ele vivia dentro do labirinto e recebia jovens em sacrifício, até que foi morto pelo herói Teseu. O minotauro era na verdade adorado pelos cretenses. Quem inventou a lenda de que ele recebia jovens em sacrifício e que foi morto por Teseu foram os gregos. Os gregos inventaram essa lenda porque o grego Teseu ter matado o minotauro é uma história que representa o fim do poder dos cretenses e o começo do poder dos gregos. Em 3000 a.C., enquanto nos vales do Nilo, e do Tigre e Eufrates, desenvolvem-se civilizações como as do Egito e Mesopotâmia, os Egeus começam a florescer. Criam um grande império comercial e marítimo cujo centro é Creta e que se estende pelas ilhas do mar Egeu e pela costa, em Micenas, Tirinto e Tróia. Em 1500 a.C, outro povo, os Aqueus, invadem Micenas e Tirinto, assimilam parte da cultura dos Egeus e avançam sobre Creta. Foi um período conhecido como: cultura creto-micênica. Em 1200 a.C. o império cretense desaparece. Os aqueus eram uma tribo de Ários e uma das explicações para o desaparecimento da civilização cretense é o avanço das tribos árias. Saindo do Cáucaso, os ários acabaram por se dividir. Um grupo, o dos Germânicos, foi para o norte e centro da Europa. Outro o dos Italiotas ocupou a Península Itálica. O terceiro grupo foi para o sul: eram os Helenos. Os Helenos acreditavam serem todos descendentes de um mesmo antepassado: Helen. Hoje quando nós falamos Helenos, nós estamos falando dos gregos antigos. Mas eles chegaram aos poucos até a Grécia e cada grupo de Helenos se instalou em um lugar diferente. Os Eólis se fixaram na Etólia, no norte da Hélade; os jônios se fixaram na Ática; os dórios, na Macedônia, e os aqueus se fixaram no Peloponeso. Nessa região já tinha gente que tinha vindo de Creta: os Aqueus, que dominaram essa região, inclusive as cidades de Micenas e Tirinto. E os aqueus mudaram muita coisa por lá. As cidades se tornaram verdadeiras fortalezas. Os aqueus eram guerreiros, comerciantes e governados por um rei; dominaram os outros helenos e aproveitaram muito da cultura dos cretenses, criando o que ficou conhecido como: cultura creto-micênica. Além disso, os aqueus acabaram conquistando a ilha de Creta, mas essa não foi a sua conquista mais famosa. Os aqueus lideraram os outros helenos, quer dizer, os gregos, numa guerra duríssima contra uma cidade que tinha sido parte da expansão de Creta e que era estratégica para o comércio: a cidade de Tróia. Em 1200 a.C. o império cretense acaba. Os aqueus dominam Micenas e Tirinto e partem para a guerra de Tróia. Tróia foi totalmente destruída pelos gregos, mas Micenas, que liderou os gregos na guerra, não pode cantar vitória por muito tempo, pois chegavam os dórios. Os dórios aproveitaram para avançar no Peloponeso quando os outros Helenos estavam enfraquecidos pela guerra de Tróia. Arrasaram Micenas, Tirinto e Creta. Esse avanço dos dóricos é o começo do período da história grega chamado de heroico. Eles tinham uma coisa que os outros não tinham: armas de ferro. Os aqueus se transformaram em escravos dos Dórios. Dos outros helenos, quem pode fugiu pras ilhas do mar egeu e para a Ásia Menor. Essas cidades eram autônomas, quer dizer, independentes, mas falavam a mesma língua e tinham os mesmo costumes da Grécia continental, por exemplo, a religião. Os gregos acreditavam que os deuses moravam num monte sagrado: o Olimpo. No Olimpo, os deuses eram presididos por Zeus e sua mulher Era. Os homens sempre queriam saber o que os deuses queriam, para isso consultavam os oráculos, templos onde as sacerdotisas recebiam as mensagens dos deuses. As histórias dos deuses e dos heróis gregos chegaram até nós através dos poetas.



RESENHA - EGITO ANTIGO

     Quando pensamos no Egito, três imagens nos vêm à cabeça: as pirâmides, o deserto, e o impressionante rio chamado Nilo. Muitas populações se instalaram às margens desse rio. Os povos nômades começaram a se fixar e a construir casas ao redor do Nilo, nascendo assim o antigo Egito. Os egípcios aprenderam a cultivar a terra rica e fértil. Havia muita comida, o que significa que ao invés de ir à busca de comida, o povo egípcio poderia ficar em um só lugar, plantando todos os alimentos que precisavam. O povo egípcio usava as cheias do rio Nilo em seu benefício de forma muito inteligente. Eles inventaram um sistema de irrigação que fazia crescer ainda mais a plantação. O Nilo trouxe aos egípcios outro benefício: o comércio. Os alimentos e outros bens produzidos pelos egípcios eram transportados em barcos e vendidos ao longo do rio. Assim, o Nilo tornou-se importante via para o transporte de mercadorias e pessoas, facilitou as negociações e fez dos egípcios um povo muito rico. Com a abundância de riqueza, de alimentos, e com a facilidade de comércio a civilização egípcia começou a crescer. Tudo graças ao Rio Nilo. O antigo Egito ficava numa localização privilegiada. De um lado, um deserto imenso os protegia de um ataque do Sul. E do outro lado, o rio Nilo fornecia alimentos e permitia o comércio e o contato com outras aldeias. Manter a unidade do Egito foi difícil para os governantes já que havia muitos inimigos que queriam invadir as suas terras e roubar as riquezas. Os faraós governaram o Egito por mais de 3 mil anos. Imagina tudo que aconteceu desde o início do calendário cristão até agora. E os egípcios ainda governaram por mais mil anos. É muito tempo.

PIRÂMIDE SOCIAL
Os egípcios organizaram sua vida social como uma grande pirâmide. Diferentes grupos de pessoas tinham importância diferenciada. No topo da pirâmide social ficava o Faraó. Os faraós governavam o Egito. Todas as riquezas do império lhes pertenciam e eles eram adorados como deuses. Mas a vida do Faraó não era simples. Sua obrigação era manter a ordem, controlar a economia, as leis da natureza, as cheias do Nilo, as estações do ano, o movimento dos planetas... Era muito trabalho pra uma pessoa só. Depois dos faraós os mais importantes eram os sacerdotes. Sua atividade era servir aos deuses, fazer oferendas e rituais em cada um dos templos egípcios. Depois dos sacerdotes vinham os escribas cuja habilidade era saber escrever. Embora hoje em dia a gente aprenda a escrever na escola, no antigo Egito apenas os privilegiados podiam aprender e isso lhes deu muito poder. No Egito eles escreviam sinais sagrados chamados hieróglifos. Hieróglifos eram desenhos que representavam sons, como o nosso alfabeto, mas era mais difícil de escrever. Embora houvesse mais de 700 símbolos diferentes, a escrita era regida por princípios claros e simples. O quarto lugar da pirâmide era ocupado pelo exército. Os soldados eram encarregados de proteger o império egípcio. O Egito era tão rico que muitos povos quiseram conquistá-lo e tomar suas riquezas. Depois de tantas batalhas o exército egípcio aperfeiçoou suas técnicas e se tornou muito poderoso. E assim o exército egípcio partiu para a conquista de outros territórios a leste e ao sul. Poderíamos pensar que depois de tantos combates em tempos pacíficos o exército descansava, mas no antigo Egito sempre havia alguma coisa para fazer. Os militares quando não estavam em combate dedicavam-se a tarefas como escavar canais de irrigação, ou transportar blocos de pedras para construção de grandes pirâmides. Finalmente, na base da pirâmide, estavam os comerciantes e os artesãos. Abaixo deles, os camponeses. E por último, bem lá no fundo mesmo, os escravos e sustentavam toda a pirâmide social.

OBRAS COLOSSAIS
Então agora vamos falar das pirâmides, o mais famoso símbolo do Egito antigo. As pirâmides ainda hoje guardam muitos mistérios e questões sem resposta. Mesmo os engenheiros modernos têm dificuldades para entender como elas foram construídas. Os faraós egípcios acreditavam que construindo monumentos colossais mostrariam sua grandeza ao longo dos tempos. Cada faraó construía monumentos fantásticos para os deuses ou para si mesmos.. A pirâmide de Quéops, a maior das pirâmides, demorou mais de 23 anos de trabalho constante para ser construída. As pirâmides eram grandes túmulos construídos para os faraós e cheios de objetos valiosos. Isso porque os egípcios pensavam que após a morte encontrariam o deus Ozires então podiam levar qualquer coisa do mundo material. Assim, muitos faraós decidiram estar bem preparados para esse encontro. Levavam sempre muitos tesouros com eles porque quanto mais oferecessem a Ozires mais receberiam na vida após a morte.

ARTE
A arte do Egito antigo tem características muito particulares, diferentes de qualquer outra cultura no mundo. Os antigos egípcios produziram trabalhos que são estimados até hoje. Esses artistas possuíam um modo particular de representar a vida. Não era a beleza que importava, mas a perfeição do detalhe. A arte egípcia é conhecida por sempre ter seus personagens em pé e de lado. Os antigos egípcios tinham regras específicas para a representação de diferentes partes do corpo, por exemplo, as cabeças humanas podem ser facilmente observadas e reproduzidas de perfil, então os egípcios sempre as pintavam desta maneira, mas os olhos estavam bem representados, como se o personagem estivesse de frente. Essa forma de representar as figuras humanas através de diferentes ângulos dava-lhes uma aparência achatada e retorcida. Quanto mais importante era uma pessoa na sociedade egípcia, maior ela era representada pela arte, então por isso o Faraó era maior.

CIÊNCIA
Os antigos egípcios foram grandes astrônomos e cientistas, na verdade, eles criaram o calendário de 365 dias e cada dia dividido em 24h. Esse é o mesmo calendário que usamos hoje para saber que dia da semana estamos. Dentre todos os cientistas do império egípcio, um ganhou destaque e é conhecido ainda hoje: Imhotep - o sábio. Imhotep foi fundador da medicina egípcia, bem como o sacerdote supremo e vizir do Faraó Djoser para quem desenhou a primeira pirâmide. Assim, tornou-se o primeiro arquiteto da história. No Egito os médicos eram muito queridos e respeitados. Eles usavam uma forma inicial de papel, chamado papiro para escrever anotações médicas e diagramas. Essas anotações reunidas como um livro foram transmitidas de geração em geração. Algumas existem até hoje. Graças a esses papiros, sabemos que os egípcios tinham médicos especialistas que tratavam da pele, dos ossos, dos dentes e do coração, assim como nós temos hoje. Os antigos egípcios também conheciam muito bem o corpo humano e utilizavam centenas de fórmulas para fabricar medicamentos para tratar de qualquer tipo de doença. Para os pacientes muito doentes os egípcios tinham muitos instrumentos para realizar cirurgias. Os médicos cuidavam dos doentes, mas também cuidavam dos mortos, afinal inventaram as mumificações, muito importantes na cultura egípcia. Diversos estudos sobre o Egito antigo ainda são realizados com essas múmias: a egiptologia. 

O FIM DO IMPÉRIO EGÍPCIO
Assim como diz o ditado: “Juntos venceremos, divididos cairemos", com o passar dos séculos, o poder dos Faraós começou a diminuir por causa de várias disputas internas. Como resultado, os egípcios foram sendo dominados por poderosos impérios vizinhos. Primeiro pelos persas, depois pelos macedônios e em seguida pelos romanos. Cleópatra foi a última Faraó do Egito antigo. Dizem que nenhum homem poderia resistir à sua beleza extraordinária que se tornou lendária. Marco Antônio era um poderoso general romano que ficou fascinado por Cleópatra. Ela acreditava que o amor deles traria de volta o esplendor do Egito. Marco Antônio e Cleópatra estavam em guerra contra o imperador romano Otaviano, mas eles perderam a batalha, deixando o que restava do Egito nas mãos de Otaviano e do império romano. Apesar dos milhares de anos que se passaram, a influência da civilização egípcia ainda permanece viva entre nós e seus monumentos colossais nos fazem lembrar de sua grandeza e majestade.



OBRAS RENASCENTISTAS - MICHELANGELO

PIETÁ


Michelangelo esculpiu esta cena ('Piedade') quando tinha 23 anos. Ao saber que um apreciador recusara-se a acreditar que alguém tão jovem pudesse esculpir obra de tal magnitude, Michelangelo talhou seu nome na faixa que atravessa o seio da Virgem. Foi a sua única escultura assinada. O tema da Mãe com seu Filho morto ao colo é um dos mais dramáticos da iconografia cristã. A beleza trágica do grupo deriva de seu classicismo, onde se somam a angústia do momento com a serenidade da composição triangular, e especialmente na postura contida da Virgem. Há um clima de melancolia, de profundo pesar, mas sem o sofrimento que caracterizou inúmeras outras representações da mesma cena, feitas por outros artistas. Tecnicamente, o trabalho de talha do mármore é perfeito, o acabamento polido, até que a superfície branca da pedra parecesse translúcida. Contribuem para a qualidade da anatomia do corpo de Cristo os inúmeros estudos que Michelangelo realizou com cadáveres.

DAVI

Michelangelo esculpiu esta obra quando tinha apenas 26 anos. O imenso bloco de mármore havia sido encomendado para que o escultor Duccio ali talhasse a figura de um profeta. Com o falecimento deste repentinamente, a pedra ficou à espera de outro escultor. Quando Michelangelo terminou a escultura, um grupo de artistas - entre os quais estavam Leonardo, Botticelli, Filippino Lippi e Perugino - foi indagar de Michelangelo onde deveria ficar a estátua. O mestre indicou a praça central de Florença. O povo da cidade, chocado com a nudez da figura, lapidou a estátua, em nome da moral. Perfeita, tanto do ponto de vista técnico quanto anatômico, a obra se transformou num símbolo de Florença. Hoje, ela foi substituída na praça por uma cópia. Davi olha ao longe como se o combate com o gigante estivesse prestes a acontecer. A ausência da cabeça de Golias – algo comum em representações da mesma cena por outros artistas - concorda com esta interpretação. O rapaz está tenso, mas não angustiado. Seu ar desafiador mostra a 'ação em suspenso' que era característica das esculturas de Michelangelo. Nos olhos pode-se ver uma das provas da imensa genialidade do mestre. Ele perfurou a região da pupila dos olhos em forma de (V), como um casco de cavalo, de maneira que quando a luz incide sobre os olhos transversalmente, ilumina mais a área ressaltada (o V), deixando na penumbra a região cavada. Isto dá um efeito extremamente realista aos olhos, que parecem brilhar com o espírito do Rei guerreiro.

MOISÉS


Projetada inicialmente como uma das esculturas do túmulo do papa Júlio II, esta escultura tem tão grande realismo que, segundo a lenda, quando Michelangelo finalizou a obra golpeou-a no joelho com a marreta e gritou: 'Fala!'. A escultura revela um personagem grandioso, dono de uma potência de personalidade que os contemporâneos de Michelangelo chamavam 'terribilitá'. Ao mesmo tempo senhor de si, líder sensato, e ao mesmo tempo capaz de uma ira arrasadora. Os chifres na cabeça de Moisés são referência a uma interpretação medieval do Livro do Êxodo (34, 29). Na vulgata, no período ‘Quando Moisés desceu do Sinai, seu rosto resplandecia,..., isto é, lançava raios’, a expressão 'raios' é traduzida no sentido próprio de chifres. Por isso, os artistas medievais representavam Moisés com um par de chifres. O chifre é o símbolo da eminência, da elevação, do poder.

RESENHA - FILME AGONIA E ÊXTASE

Catedral de São Pedro e a Capela Sistina. Michelangelo, o artista que não queria pintar. Assim começa o filme Agonia e Êxtase. Michelangelo nascido em Caprese, desenvolveu sua arte em Florença, berço do Renascimento. Nascido para esculpir, não para pintar! Algumas famosas esculturas desse artista são mostradas e comentadas. A agonia da criação finalmente o forçou a definir o que não dá para se definir. No início do filme se têm homens trabalhando arduamente em jazidas, tentado extrair a matéria-prima para a arte escultórica. Os bois transportam para as cidades toneladas desses materiais, mas se veem em meio a um conflito armado. Os condutores dos carros se escondem sem entender direito o que estava acontecendo. É uma invasão romana em nome da igreja e do papa. Michelangelo não se importava com os caprichos papais, para ele o que importava era o seu trabalho e a sua arte. O papa esperava ser honrado e ovacionado pelas pessoas daquela cidade, mas não é isso que acontece. A cidade estava praticamente vazia! O papa procurava reconquistar todos os Estados papais para a igreja. Há uma rivalidade palpável entre o papa e o rei da França. Michelangelo Buonarroti tem um embate com o papa. Este, além de não o haver pagado por seus serviços, criticou-o como poeta por tê-lo comparado à Medusa. O papa estava envolvido em um novo empreendimento: A basílica de São Pedro em Roma. Donato Bramante, sucessor de Brunelleschi, era quem havia projetado as dimensões gigantescas da basílica. A capela sistina, construída pelo papa Sisto IV, era muito querida a Júlio II, o atual papa. Michelangelo a critica juntamente com Bramante. A princípio Bramante tem a ideia de demoli-la e construir outra nova, à altura do papa. Mas ele tem uma ideia melhor: que Michelangelo decore o teto, honrando-o assim acima de todos os mestres da pintura de Roma. Mas Michelangelo se considerava um escultor, não pintor. Mas o papa o contesta, lembrando-o que ele havia aprendido a arte da pintura com o melhor: Domenico Ghirlandaio, pintor da escola florentina do Renascimento nascido em Florença, que se destacou pela qualidade de seus afrescos. Formou toda uma geração de excelentes artistas. Michelangelo foi um dos seus aprendizes. Buonarroti aceita o trabalho, contrariado porque havia se convencido que era mais um escultor, que um pintor. Julgou ser um conluio de seus rivais para desviá-lo da obra para a qual havia sido chamado a Roma: o mausoléu do Papa. Em outro momento do filme, Buonarroti em meio a uma festa à Piero della Francesca (pintor italiano do Quattrocento, nome dado à segunda fase do movimento Renascentista italiano) e sua irmã Tessina, mostra-se confuso com o convite de ir trabalhar na Turquia, em um trabalho que não se considerava apto. Ele foi aconselhado por seu amigo cardeal a não voltar para a Itália enquanto Júlio vivesse, recusando assim o incrível trabalho na capela sistina. Michelangelo considera Lorenzo, o Magnífico, como um artista que inspirou a sua vida. Duvidoso entre fugir para a Turquia e ficar na Itália para fazer os afrescos, Michelangelo é aconselhado a fazer o que deseja, mesmo porque, na realidade, era exatamente isso que ele sempre fazia. Michelangelo chega à capela sistina e logo entre em confronto com Bramante por ter ele armado um andaime, furando todo o teto da capela. Júlio o defende dizendo ter ele feito isso sob suas ordens, mas Michelangelo não se contenta, pois desse modo sua pintura ficaria cheia de buracos. Ele, se intitulando arquiteto, diz que poderia projetar um andaime que não tocaria o teto. Michelangelo havia contratado vários assistentes para auxiliá-lo na pintura do teto da capela, dentre eles Francisco Granacci, que também havia sido treinado por Domenico Ghirlandaio.  Michelangelo armou seu andaime conforme prometido, o que impressionou o papa. Era algo novo e revolucionário, muito parecido com o que usamos nos dias de hoje. Todos estão envolvidos nos preparativos para a pintura e tentam ajustar as cores.  Primeiramente, fazia-se um molde da pintura que depois era passada à parede numa espécie de Decalque e após isso pintada por Michelangelo. Mas ele não se agradou da obra que havia começado a fazer: destruiu-a completamente assim como os moldes. Depois disso pagou aos assistentes o salário do mês e desapareceu. O papa muito se enfureceu com essa atitude e ordenou sua procura não aceitando que outro pintor terminasse sua obra. Ou ele pintaria, ou seria enforcado. Os homens do papa o procuram incessantemente. Ele está entre os camponeses num jazido. Ele se considerava sem inspiração para fazer o trabalho. Foi então que ali, escondido, no alto de uma montanha, ele se depara com uma visão linda dos céus, encontrando assim sua inspiração na criação do homem. Michelangelo retorna ao papa já o enfrentando e contestando suas ideias para a pintura da capela. Ele mostra ao papa como suas ideias para a pintura são muito superiores. Cobrindo o teto todo, não apenas os painéis como o papa havia planejado, com a história de Gênesis. O papa aceita suas ideias, mas Michelangelo exige trabalhar sozinho. Os trabalhos são iniciados. Como qualquer reforma, a obra gerou muitos transtornos, mas como Michelangelo trabalhava sozinho, tudo era desenvolvido lentamente. Ele estava tão envolvido com os trabalhos que se esquecia de seus compromissos pessoais, inclusive do evento dado por Tessina, sua amiga que era casada, mas o amava. Ele não tinha espaço em sua vida para ela nem para mulher alguma. Acredita que sua fonte de amor seria as obras por ele criadas. Sua obra na capela foi criticada por alguns por causa da nudez das imagens, mas ele as defendeu até o fim. Michelangelo estava cansado e sobrecarregado com os trabalhos excessivos. Ele mal dormia na intenção de finalizá-los. Sua visão ficou embaçada certa vez e ele acabou se acidentando. Ele ficou sob os cuidados de Tessina, sua amiga. Enquanto isso, Júlio foi apresentado a um jovem chamado Rafael, que pintava algo parecido com a obra de Michelangelo. Ele considerou sua obra admirável. Com Michelangelo ainda doente, o papa visita-o e engana-o dizendo entregar o teto a Rafael, para que ele o termine. Mas na verdade esse foi o meio de instigar Michelangelo a voltar à ativa e recuperar sua saúde. Após mais demora para o término da obra, o papa ordena que sejam tirados todos os andaimes, expondo a obra inacabada de Michelangelo, o que não o satisfaz muito. Michelangelo ao confrontá-lo, é liberado de sua função.  Mas por um orgulho enorme, ele recusa procurar reconciliação com o papa, apesar de querer finalizar seu trabalho. Tessina, sua amiga, o aconselha a fazê-lo. E assim acontece: o papa permite que ele volte ao trabalho alertando-o do perigo que ele corria que invasores destruíssem sua obra. O papa, certa vez admirando a obra de Michelangelo passou mal e quase morreu. Somente no fim da vida de Júlio II que Michelangelo o entendeu de verdade. Ele era um papa aparentemente tirano, mas na verdade queria o melhor para Roma e para a igreja. Mesmo acamado ele ordena que Michelangelo volte ao trabalho. Depois de muito trabalho, sua obra se finaliza e todos podem se maravilhar dela.    

RESENHA - BARROCO E ROCOCÓ

     Barroco foi um período que se iniciou no final do século XVI até o começo do século XVII. Foi um período de transição. O homem passara a se valorizar mais e o conceito Teocêntrico, com Deus no centro de tudo estava em decadência. O antropocentrismo dominava e o homem passara e entrar em conflito consigo mesmo: “Pecar ou não?”, “Está errado este pensamento?”, eram essas as frases deixadas implícitas nas obras da época, tanto nas artes como na literatura escrita.
O que buscamos retratar é a questão de que o Barroco não foi apenas um movimento artístico e filosófico da época. Ele faz parte do que somos. Quantas vezes já ouvimos “De onde viemos e para onde vamos”? O Barroco vive em cada um de nós, pois todos nós sabemos nos perguntar o porque das coisas. O Barroco também deixara resquícios de sua existência em obras imortais de artistas como Aleijadinho, Padre Antônio Vieira e o cômico Gregório de Matos que era um dos autores que mais conseguiram expressar o sentimento de batalha interna do barroco. Sendo assim, conseguimos, se atentos, observar o Barroco como algo eterno. Dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão, em que os artistas renascentistas procuravam realizar de forma consciente.

ARTE
Contrariando o racionalismo da arte renascentista, na arte barroca predominam-se as emoções. Como era época de muitos conflitos religiosas e espirituais, o estilo barroco tentava através da arte traduzir a angustiante tentativa de conciliar as forças opostas: Deus x diabo; cristianismo x paganismo; bem e mal; pureza e pecado; alegria e tristeza.

ARQUITETURA
Principais construções arquitetônicas nesse período eram os palácios e igrejas. Os arquitetos barrocos entendiam o edifício de forma integrada, como se fosse uma grande escultura, única e indivisível.

ROCOCÓ

Rococó foi um movimento artístico europeu que surgiu primeiramente na França. Foi visto pela maioria como a variação profana do barroco, pois se desvincula da temática religiosa e incide na arquitetura de palácios civis. Rococó pode ser considerado como o Barroco extremado. É espontâneo, plástico, dramático e exuberante.




RESENHA - MANEIRISMO

     Como todo organismo vivo, o Renascimento teve um nascimento, um apogeu e uma decadência. E se seu berço foi Florença, a delicada cidade do rio Arno, sua queda não poderia ter um marco mais adequado que a portentosa e milenar cidade do Tibre. Roma, com sua suntuosa corte papal havia se enaltecido desde o começo pelas realizações mais eloquentes do Renascimento. Sempre ávida por novas diversões com que amenizara a contínua chegada de embaixadores e zelosa na manutenção da pompa exigida para a "sede" de Cristo na terra, a capital dos estados pontifícios acabaram reunindo em seu seio os artistas mais afeitos à nova estação imaginativa e estilismos extremos. Foi assim que por volta do ano 1520, o que fora equilíbrio, passa a ser visto como franca austeridade. A perfeição técnica adquirida por cerca de 150 anos de redescobrimentos clássicos e inspiração começa a se consumir de modo incontrolável. Os palácios e templos ficam abarrotados de peças inacreditáveis, avidamente encomendadas pelo alto clero e pela nobreza. É o Maneirismo. Tudo é maneira e só maneira. A forma pela própria forma. São os tempos dos jardins labirínticos, das alegorias teatrais e dos quadros multicoloridos preciosistas até não poder mais. Também é uma era de voraz religiosidade, de construção de igrejas absurdas, nas quais as luzes caprichosas mal iluminam as imensas naves, além de tudo, assimétricas e com uma profusão de grinaldas, caracóis, volutas e espirais. Todo tipo de fantasias ornamentais. Seria preciso quase um século para que essa crise de espírito alcançasse paz, possível somente através da contundência e robustez do barroco. 

PINTURA
Criam um novo estilo, deformando a realidade. Formam planos paralelos, completamente irreais, criando assim, uma atmosfera de tensão permanente. Os músculos do corpo agora fazem torções absolutamente impróprias para seres humanos. Os rostos pintados são melancólicos e misteriosos.

TINTORETO
O maior representante do amplo movimento artístico que foi o maneirismo. O artista é admirado antes de tudo pela ênfase no dramatismo da composição e da luz.

ESCULTURA
Não faltam as formas caprichosas, as proporções estranhas, as superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do espírito maneirista. Apresenta um grupo de figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções extremadas e exagerado alongamento dos músculos. O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando a composição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto.

ARQUITETURA

Os arquitetos podem continuar sendo chamados de renascentistas, pois se apropriam das formas clássicas ao passo que começam a desconstruir seus ideais. A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano centralizado, típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se dizer que as verdadeiras mudanças que este novo estilo introduziu refletem-se não somente na construção em si, mas também na distribuição da luz e na decoração. Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, coros com escadas em espiral, que na maior parte das vezes não levam a lugar nenhum, produzem uma atmosfera de rara singularidade. Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais característica do maneirismo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista. As formas convexas permitem o contraste entre luz e sombra. A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação.



O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli

     Segundo a mitologia grega o nascimento de Vênus foi truculento. Cronos enfrentou seu pai Urano, o Deus dos céus e o venceu. O filho mutilou o pai cortando-lhes os testículos e o jogou ao mar. Quando eles caíram na água surgiu uma espuma branca e dali nasceu a deusa Vênus. É evidente, portanto que o título do quadro "O Nascimento de Vênus" de Botticelli é o produto de uma confusão. Botticelli não pintou o nascimento, mas a continuação do mito, quando a deusa Vênus foi impulsionada por uma concha até a Ilha de Cítara por Zéfiro, o vento do oeste, docemente abraçado à Aurora. Em terra a esperava a Primavera, preparada para cobri-la com um manto coberto de flores. Botticelli concebeu a paisagem que rodeia Vênus única e exclusivamente para destacar a sua beleza. Recriou um ambiente lírico e poético em que a grama é como um tapete de veludo, as ondas do mar parecem delicadas escamas e as folhas das árvores têm debruns dourados. Durante o Renascimento italiano que começou no século XV, os artistas consideravam a Idade Média como uma etapa negra, que deveria ser esquecida. Os renascentistas queriam voltar à esplendorosa antiguidade grega e romana. Botticelli foi o primeiro a pintar um quadro mitológico e também foi o primeiro a pintar uma mulher nua que não fosse Eva. Vênus tem a pele de um branco resplandecente que imita o mármore de uma estátua e Botticelli se inspira, por certo, na antiguidade, em uma escultura grega, a Vênus Capitolina, que mostra o mesmo gesto pudico para esconder a sua nudez. Botticelli cria esse corpo fascinante segundo o cânone de harmonia e beleza ideal dos antigos. Naquela época também se pensava que a beleza podia ser traduzida em centímetros. Resultavam de cálculos tão complicados como ter que existir a mesma distância entre os dois mamilos, como entre o busto e o umbigo, e o umbigo e as pernas. O resultado é essa Vênus eternamente atraente, mas no fim das contas uma hábil trapaceira. Porque se tirarmos a venda dos olhos e a olharmos de verdade, veremos que, segundo as leis da proporção, é um autêntico blefe.  Tem o pescoço comprido demais, os ombros caídos, e o jeito como o braço esquerdo cai é estranho. Os Renascentistas estudaram a fundo os gregos e os romanos da antiguidade porque queriam imitá-los. Dizia-se que os antigos apreciavam a existência de um certo movimento como, por exemplo, que os vestidos se movessem ligeiramente. Botticelli tomou isso tão ao pé da letra que com a desculpa do vento Zéfiro, no quadro tudo se agita: as ondas do mar, os galhos das árvores, as rosas que caem.. O cabelo se ajusta à recomendação de que deve se assemelhar às chamas ou então enroscar-se como faria uma serpente. E as pregas dos vestidos são as famosas pregas flutuantes de Botticelli, que não tem nada a ver com a realidade nem tampouco com os clássicos. Botticelli também é muito famoso por gostar de encher os seus quadros de simbolismos, mas ele não deixou nada escrito para podermos entender o significado. Assim, a Aurora anuncia o nascimento do dia da mesma forma que o nascimento de Vênus poderia simbolizar a Aurora da Vida. As rosas que, segundo a mitologia, nasceram quando Vênus pôs os pés em terra firme, nos remetem ao amor, que é alegria, mas que também tem espinhos. A concha sobre a qual chega Vênus simboliza a fertilidade e o prazer dos sentidos. Sua forma lembra o sexo feminino. E como naquela época muitos estudiosos tentavam ligar a cultura clássica com o cristianismo, curiosamente a mesma concha também foi vista como símbolo do batismo. Botticelli além de pintar o primeiro quadro mitológico e o primeiro nu do renascimento, conseguiu uma coisa muito importante: que aquele quadro leigo despertasse uma emoção parecida à que, até então, parecia reservada só aos quadros de temas religiosos.

Fonte: Documentário Pinceladas de Arte

RESENHA - RENASCIMENTO

     O Renascimento surgiu na Itália, mais precisamente em Florença, e se espalhou pela Europa. Nesse momento houve uma ruptura na história da arquitetura, pois houve uma valorização estética artística da antiguidade clássica (greco-romana). Os artistas renascentistas defendiam a ideia de que a arte na Grécia e Roma antigas tinha um valor estético e cultural muito maior do que na Idade Média. Por isso que uma escultura renascentista, por exemplo, possui uma grande semelhança como as esculturas da Grécia Antiga. Como principal característica desse momento temos o Humanismo, onde o homem é a medida de todas as coisas, visão de que o homem é o principal e decisivo elemento na condução da história da humanidade. Essa visão é conhecida como antropocentrismo ("homem no centro") e fez oposição à visão teocêntrica ("Deus no centro") da Idade Média, os descobrimentos marítimos, a reforma protestante. O Estado é forte e organizado. O Rei aliado à burguesia. Grande importância dada às ciências e à razão. Os renascentistas defendiam a ideia de que há explicação científica para a maioria das coisas. Portanto, desprezavam as explicações elaboradas pela Igreja Católica ou por outras fontes que não fossem científicas. Este período da história foi muito significativo no tocante ao desenvolvimento das experiências científicas e do pensamento racional e lógico. Busca do conhecimento em várias áreas. Os renascentistas buscavam entender o mundo através do estudo de várias ciências (Biologia, Matemática, Física, Astronomia, Botânica, Anatomia, Química, etc.). Um ótimo exemplo desta visão de mundo foi Leonardo da Vinci que, além de ser pintor, também desenvolveu trabalhos e estudos em várias áreas do conhecimento. Boa parte do conhecimento humano tem fortes influências dessa época. Algumas invenções atuais foram inspiradas em obras do renascimento, como o helicóptero que foi inspirado em um dos muitos desenhos de Leonardo da Vinci. A riqueza cultural desse período fez com que uma forte pesquisa sobre este mesmo fosse feita. Desse período temos novas técnicas matemáticas, e, sobretudo artísticas, uma arte mais técnica, mais refinada, e, sobretudo mais comercial. Uma das principais criações do renascimento foi o dinheiro proveniente dos ricos comerciantes italianos. As técnicas artísticas desenvolvidas ou redescobertas no período renascentista se tornaram a base da arte de diversos períodos posteriores, inclusive a nossa atualidade.

ARQUITETURA
Destacamos na Arquitetura principalmente Filippo Brunelleschi que foi um dos precursores do movimento renascentista. Liderou um grupo de jovens artistas florentinos que se dispôs deliberadamente a criar uma nova arte e a romper com as ideias do passado. Foi o primeiro arquiteto a estudar com profundidade a arquitetura antiga buscando medir monumentos rigorosamente e procurando métodos para transpor as relações métricas para o papel. Pai da Engenharia moderna pelas suas descobertas como a perspectiva matemática e pela introdução do projeto de igrejas em plano central, que substituíram a antiga basílica medieval. Arquitetura com proporções ideais, formas equilibradas e simétricas. Invenção da perspectiva e ponto de fuga. A escultura e a pintura, que antes estavam ligadas diretamente à arquitetura, se desprendem e tornam-se manifestações independentes.

ARTE
Na pintura renascentista observamos o uso de perspectiva, do claro-escuro para criar contrastes e reforçar o volume dos corpos. Os temas pintados são mais do cotidiano e tendem a demonstrar a realidade dos fatos. Em um período de ascensão da burguesia e de valorização do homem no sentido individualista, surgem os retratos ou mesmo cenas de família, fato que não elimina a produção de caráter religioso, particularmente na Itália. Nos Países Baixos destacou-se a reprodução do natural de rostos, paisagens, fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou resultando naquilo a que se deu o nome de Janela para a Realidade.
Na escultura essa relação com a realidade é mantida, assim como a profundidade e perspectiva. O corpo humano é estudado para uma maior riqueza de detalhes. No renascimento a escultura ganha independência e a obra, colocada acima de uma base, pode ser apreciada de todos os ângulos.  Ela não está mais atrelada à arquitetura, relegadas a segundo plano, acopladas às paredes ou capitéis. Destaca-se a expressão corporal, o sentimento humanista. Também encontramos obras retratando elementos mitológicos.

O HOMEM VITRUVIANO
É um desenho de 1492, feito por Leonardo Da Vinci, no qual expõe o traçado e proporções do corpo humano. O conceito elabora a noção a respeito da divina proporção através do raciocínio matemático, sendo um modelo ideal para todo o ser humano. As proporções do “homem vitruviano” são perfeitas e inserem o conceito clássico e divino de beleza.

Trindade Renascentista: Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio e Michelângelo.