sábado, 15 de agosto de 2015

RESUMO - Narradores de Javé


O filme começa com um homem correndo com uma mochila nas costas. Grita ao perceber que perdeu a balsa. Por conta disso, aguarda em bar pela próxima balsa às 5h. Enquanto espera, um senhor chamado Zaqueu começa a contar o causo que aconteceu no lugar onde tinha nascido e crescido: o Vale do Javé.
Multidão enfurecida. O sino da igreja toca. A comunidade reunida procura esclarecimentos do fato de que a cidade se tornaria uma represa e que eles teriam que sair de suas casas, abandonado assim, suas terras. Questionando sobre o que poderia ser feito para evitar tal acontecimento, a resposta é clara: A cidade precisaria ter sido tombada como patrimônio histórico para que tivesse assim "importância". Eles argumentaram que a importância histórica da cidade está na história do seu começo, do fato deles cantarem as terras. Um indivíduo chegava e cantava para a terra dizendo que ela a pertencia, passando de pai para filho. Cada um tinha o tanto que conseguia cultivar. A ideia era a seguinte: já que as terras só não seriam submersas se fossem patrimônio histórico, o povo então escreveria a história de Javé.
Mas a história seria escrita pelas mãos de quem? Antônio Biá, alguém responde. Alguns homens vão buscá-lo em sua residência, mas ele reluta, sendo levado à força. Antônio era odiado pelo povo, pois para preservar seu emprego no correio, numa cidade em que ninguém sabia ler nem escrever, ele resolver escrever cartas às cidades vizinhas inventando histórias e caluniando as pessoas do vilarejo. Com isso o movimento do correio cresceu e ele ficou com o emprego. Quando o povo de Javé descobriu, não houve perdão. O resultado é que ele foi expulso de Javé pra nunca mais voltar, mas agora o povo do povoado precisava dele. Eles propuseram a ele a oportunidade de cumprir com a função de escrivão preparando um dossiê sobre a história do Vale de Javé. Um dia ele salvou seu emprego à custa do povoado. Agora teria que salvar o povoado à custa do seu trabalho.
Zaqueu, representante do povo, vai às autoridades dizer que os documentos históricos estão sendo preparados.
Antônio Boá inicia sua pesquisa pela casa do senhor Vicente, pai de sua amada. Dá-se início então à sua empreitada: escrever a Odisséia do Vale do Javé, primeira parte. Ele se descreve como o homem que só consegue pensar à lápis, instrumento que tem preferência para a sua escrita. O senhor vicente inicia sua narrativa  mostrando sua garrucha velha, intimidando a princípio o escrivão Antônio. O objeto pertenceu ao fundador de Javé, Idaléscio. Vicente começa a contar a história, mas Antônio Biá decide floriá-la, pois a verdade não lhe é o suficiente. Vicente não se convence e insiste que a história seja contada como de fato é. Eles se despedem com a desculpa de que Biá escreverá a história posteriormente.
Antônio chega-se ao vilarejo e é recebido pelas crianças. Em uma barbearia a céu aberto, o barbeiro deseja cooperar com uma de suas histórias para o livro. Reconhece não ter uma grande história para contar, mas acredita que Biá conseguirá torná-la mais atraente. Em troca, Biá deseja um ano de barba grátis. Dois homens da cidade se põem a segui-lo, para garantir o bom andamento do serviço. Ele então se encaminha à casa de uma senhora, que não o recebe de bom grado. Ele não arrega, mas a enfrenta. Ela então cede e o recebe em sua casa para contribuição no livro. Ela começa contando a mesma história que já havia sido contada por Vicente, mas desta vez acrescenta a história de uma parente dela, Maria Dina. Um homem que ouvia a história começou a acusar dizendo que cada um contava sua história exaltando sua parentela. E de fato era assim.
Com o passar dos dias, o povo vinha até Biá disputando a preferência para contar a história. Todos queriam a participação no livro. Dia e noite vinha gente de toda canto oferecendo suas histórias. Em meio aos trabalhos, os engenheiros e fotógrafos já começam a adentrar o vilarejo, já contando com a construção da represa. Existe um clima de tensão entre os moradores e os representantes da represa. Alguns moradores já começam a deixar suas casas e ir embora do vilarejo.
O sino da igreja toca. A multidão se reúne na capela para saber o ocorrido. Um velho louco quer falar a todos e gera tumulto. Zaqueu chega no local e apazigua a confusão. Pede o livro, mas Boá argumenta dizendo que precisa finalizá-lo. Todos marcam de se encontrar no armazém à noite, mas Biá não comparece, apenas envia o livro pelas mãos de uma criança. Como é de se esperar, o livro está em branco e as histórias somente na mente de Antônio. A multidão inconformada vai à caça de Antônio Biá.  Ao encontrá-lo, traz à presença de todos que o questionam sobre o por quê de não ter escrito nada. Antônio fala a todos, dizendo que as histórias contadas não irão impedir a construção da represa e humilha a todos os presentes, chamando-os de semi-analfabetos e ignorantes. Todos, entristecidos, o deixam e dão as costas. Ele sai de costas, sempre olhando para o povo, xingando e ofendendo. Mas não há reação nem respostas.
O tempo passou e o povo de Javé não teve tempo de fazer mais nada. E um dia as águas vieram. O povo presencia esse momento, entristecido. Antônio Biá se aproxima e chora amargurado ao ver a cidade submersa, engolida pelas águas. Ele observa o povo se retirando, levando o que ainda poderia ser levado. Começa a escrever no livro como o povo estava naquele momento e o que cada um fazia para ajudar. E mais uma vez a cena se repete. O povo já está atrás de Biá novamente, querendo ter sua contribuição no livro que contaria a história do povo dali pra frente. 

terça-feira, 4 de agosto de 2015

DIY | Do It Yourself OBRA ANÁLOGA




RESENHA - MESOPOTÂMIA

     Se qualquer um de nós quiser saber sobre a própria vida, podemos começar a olhar para trás e relembrar nossas histórias e a partir disso podemos aprender sobre as nossas vidas. Mas para saber realmente quem somos, precisamos saber de onde viemos. A história das civilizações começa em um lugar cercado por dois rios: o Tigre e o Eufrates. Uma vasta área plana em forma de uma grande meia-lua, com terra fértil, clima confortável e muita água fresca que descia das montanhas. Esse lugar foi chamado de mesopotâmia que em grego significa terra entre dois rios. Hoje esses dois rios correm através da Turquia, da Síria e do Iraque e desembocam no Golfo Pérsico.

DO NOMADISMO AO SEDENTARISMO
Um grupo de nômades chegou à Mesopotâmia por volta de 6 mil a.C. e lá eles aprenderam a plantar sementes e a colher alimentos. Desde que deixou de ser necessário sair em busca de alimento, esses grupos se estabeleceram em casas e formaram os primeiros povoados da história. Graças à agricultura e pecuária  essas pessoas deixaram de ser nômades. Esses povos se beneficiariam dessa vida sedentária de várias formas, começaram a dividir o trabalho e criaram ofícios novos e diferentes. Foi assim que apareceram profissionais como pedreiros, padeiros, sapateiros e fazendeiros, dentre outros. E havia também aqueles que se dedicavam a governar e a proteger seu povo, os soldados e os governantes.
...Essa nova estrutura deu às pessoas mais tempo para a religião, construir os primeiros templos e para preparar os primeiros sacerdotes. A notícia do sucesso dos povos que viviam na mesopotâmia foi espalhada por toda parte e as pessoas vieram de diferentes regiões para povoar essas terras. O mais importante desses povos os Sumérios, que construíram várias cidades como Uruk, Ur, Uma, Nippur e Lagash. Os Sumérios também inventaram a primeira forma de escrita, por isso hoje são considerados a civilização mais antiga do mundo.

O MOTOR DA HISTÓRIA
Então temos um terreno fértil, criação de gado nos pastos, cidades, um governo, um exército e sacerdotes. Com tudo isso, podemos dizer que aqui temos uma sociedade, não é mesmo? Mas isso é tudo o que há de ter em uma sociedade? Não. Havia ainda muitas coisas a descobrir. Naquele momento, os sumérios estavam aperfeiçoando as técnicas de pecuária e agricultura e logo começaram a produzir mais alimentos que precisavam. Tendo todos os alimentos, as pessoas tinham mais tempo para trabalhar em outras coisas, na plantação de outros produtos. Então rapidamente produziram mais do que o necessário. Então, o que eles faziam com tudo o que sobrava? Eles vendiam a outros povos em troca de dinheiro ou de outros produtos que eles não tinham. Esse foi o princípio do comércio. Além disso, os sumérios foram os primeiros a usar a roda para o transporte e isso os ajudou a chegar à terras muito distantes com cargas pesadas de mercadorias. Os comerciantes precisavam contar tudo o que compravam e vendiam. Assim as primeiras formas de matemática foram desenvolvidas. Os sumérios contavam usando as falanges dos dedos.

A IDADE DO FERRO
O desenvolvimento do comércio gerou muita riqueza, e a acumulação de riqueza gerou muito poder. Mas o comércio não era a única maneira de obter riquezas e poder. Invadir territórios, tomar a riqueza dos outros, foram a causa das primeiras guerras. À longo dos séculos os povos que tinham os melhores exércitos eram os únicos que poderiam ter as maiores riquezas. Exércitos poderosos poderiam tomar à força o que estava em seu alcance, especialmente ouro, prata e outros metais preciosos. Esses invasores também capturavam o povo desses povoados invadidos, forçando-os a trabalhar como escravos. O Invasor, como era conhecido o rei Sargão, conduzia o povo da Acádia. Sob o comando desse rei ambicioso os Acádios desceram das montanhas do Norte da Mesopotâmia e até o ano de 2300 a.C. conseguiram conquistar todas as cidades sumérias. Foi assim que Sargão foi considerado o primeiro rei da história a criar um Império. Mas os herdeiros de Sargão morreram, o Império ruiu, e as terras foram divididas ao longo dos séculos. Até que vieram os Assírios. Eles formaram um exército incrivelmente poderoso, por volta do ano 1000 a.C. e conseguiram conquistar e controlar toda a região. Os assírios tinham carros de guerra incríveis e um exército de infantaria e cavalaria, mas a maior vantagem foi quando eles aprenderam a fazer armas de ferro, que eram mais fortes e mais poderosas que todas as armas de bronze. Isso deu aos assírios uma enorme vantagem. A idade do ferro tinha chegado.

ESCRITA
Palavras são levadas pelo vento, mas se você escrevesse essas palavras, elas teriam então alguma permanência. Escrever é uma maneira de colocar os pensamentos e ideias de forma concreta. Quando você escreve alguma coisa isso fica para alguém ler. É a escrita dos povos antigos que dá a melhor imagem aos historiadores sobre os pensamentos e ideias desses povos que viveram há muito tempo. O conceito desenvolvido de escrita serviu para registrar os modos de vida e expressar ideias e pensamentos. Os mesopotâmicos antigos não tinham papel para escrever, então usavam certos minerais misturados com água para fazer argila, que colocavam em moldes. Enquanto a argila estava mole, era possível escrever sobre ela. Em seguida era cozida em fornos e ficava dura, tornando permanente o que estava escrito. As marcas que eram feitas sobre esses tabletes de argila eram feitas com cunhas e pregos, por isso esse tipo de escrita foi chamada de cuneiforme. No ano 1792 a.C. , um rei chamado Hamurabi uniu o reino da Babilônia e decidiu que as leis deveriam ser não apenas escritas, mas gravadas em pedra. Ele pensou que se as leis estivessem acessíveis para todo mundo ler, as pessoas seriam mais capazes de compreendê-las e determinar se alguém é culpado ou inocente. Uma enorme pedra de Basalto foi gravada com 282 leis. Essas leis deveriam ser seguidas por todos do reino. Esse foi o primeiro código de leis da história. O princípio básico do código de Hamurabi foi uma tentativa de fazer tudo  com justiça. Se uma pessoa prejudicasse alguém, ela seria punida com o mesmo crime que cometeu, em outras palavras: olho por olho, dente por dente.

BABILÔNIA, CIDADE ETERNA
"Além do tamanho, a Babilônia ultrapassa em esplendor qualquer cidade do mundo conhecida até hoje." Isso foi o que o grande viajante Heródoto de Halicarnasso em 450 a.C. quando chegou à Babilônia. Heródoto foi um grego que viveu no século V a.C. e é considerado o primeiro historiador do mundo. A antiga cidade de Babilônia foi o lar de uma das sete maravilhas do mundo antigo. Vários jardins foram construídos nas paredes, de forma que pareciam estar flutuando no ar quando vistos de longe. Essa maravilha foi chamada de "Os jardins suspensos da Babilônia". A lenda diz que os maravilhosos jardins adornados com plantas exóticas foram construídos pelo grande rei Nabucodonosor II em homenagem à sua esposa que queria lembranças da sua infância. Nabucodonosor II viveu a cerca de 600 a.C. e herdou
o grande reino da Babilônia de seu pai, que havia derrubado os assírios e conseguido a independência da Babilônia. Nabucodonosor II também conquistou a Judéia e Jerusalém, por isso que ele é retratado como um homem muito cruel na Bíblia. Mas foi graças ao reinado de Nabucodonosor que a Babilônia se tornou uma cidade linda e maravilhosa, conhecida como a Pérola da Mesopotâmia. Na mesopotâmia, os deuses eram adorados em templos chamados Zigurates. Havia um enorme zigurate na Babilônia e dizem que ele tinha uma torre de noventa metros de altura que parecia subir aos céus. Se olharmos para os antigos templos da Mesopotâmia podemos observar que eles tem uma forma que é muito familiar a nós, como a pirâmide.